ARMINDO ANTONIO RANZOLIM
Se o rádio esportivo um dia teve uma voz de comando, esta se chamou Armindo Antonio Ranzolin. Com ele ao microfone, tudo se coordenava: os repórteres, o plantão, a estatística, os demais resultados e, se facilitasse, até jogadores e torcedores. Na verdade, minha geração aprendeu a gostar de futebol ouvindo rádio. O grande narrador era Pedro Carneiro Pereira. Ranzolin foi seu substituto naquela lendária equipe da Rádio Guaíba (Milton Jung, Lauro Quadros, Rui Carlos Osterman, João Carlos Belmonte…). Por um tempo, fomos viúvas do Pedro Pereira, tragicamente falecido. Ranzolin parecia muito cadenciado, empacava no meio da frase. Não custou para que todos descobrissem o grande narrador e se acostumassem ao seu raro senso de comando nas jornadas, antes, durante e depois dos jogos. Seu grito seco de gol foi conquistando nossos ouvidos. Sério e equilibrado, aperfeiçoou um estilo que lembrava Oduvaldo Cozzi com as definições espontâneas – espécie de tradução do jogo – que iam se somando a cada lance.
Chegou à Rádio Guaíba em 1969, como segundo narrador. Com a morte de Pedro Carneiro Pereira, em 73, transformou-se o número um, posição que manteve até a aposentadoria, em 2006. Em 84 ingressou na rádio Gaúcha, a última emissora em que trabalhou. Na década de 1960 narrou, ainda, na Difusora e Farroupilha. Foi titular em 7 Copas do Mundo (na sequência, de 1974 a 1994) e transmitiu os grandes feitos do futebol gaúcho na conquista do Brasil, da América e do Mundo.